13/11/2010





é melhor doer , do que não sentir nada .

12/11/2010

Os fins são sempre difíceis, bater a porta, pegar nas fotografias, nas cartas, nos segredos, nos desejos e atirar tudo para dentro de uma caixa, fecha-la e atirar a chave para o mar, depois resta – nos chorar, chorar de alívio e de dor, chorar porque acabou e chorar porque um novo ciclo se inicia e não sabemos o que vai acontecer.

Resta – nos, esquecer o cheiro, o eco da voz, as corridas matinais, as cartas, os segredos, a cama que partilhamos, os gritos suspensos no ar (…) resta – nos perdermo-nos no nosso quarto, no álbum de fotografias, na memoria, nas entrelinhas do diário, no cantar dos pássaros que inconscientemente sussurram a nossa musica (…) Resta – nos queimar as roupas que tem a forma do nosso corpo, pintar as paredes de outra cor, apagar a lista de contactos, mudar a fechadura da casa dos sonhos e correr. Correr daqui. Ir para uma cidade deserta cheia de fotografias nossas, de estrelas e de chuva.
Não sei por quanto tempo vou permanecer com esta sede de ti, não sei se vou conseguir conter as lágrimas quando logo me deitar e relembrar tudo o que vivemos e agora vou esperar que o tempo passe e o tempo passa, acaba sempre por passar, mesmo quando os dias se prolongam numa agonia vã e estéril, mesmo quando a cada manhã se acorda e se pensa que é impossível chegar ao fim daquele dia.